Sunday, June 04, 2006

PARLENDAS

O advento da televisão, dos jogos eletrônicos e dos computadores trouxe, a par de outras, grandes transformações no comportamento das crianças. A maior parte das brincadeiras infantis que permaneceram vivas por muitos anos, praticamente estão desaparecidas ou tendem a desaparecer. Desse nossso populário, as parlendas figuram entre as mais interessantes. São brinquedos de canto e de roda, canções de ninar, rimas infantis, algumas com finalidades mais ou menos didáticas, que são chamadas de "mnemónias" por Luís da Câmara Cascudo.
Vejamos algumas dessas reminiscências:

O dedo mindinho
"Dedo mindinho, seu vizinho, pai de todos, fura bolo, mata piolho".

Advinha para pegar tolos
"Paca tatu, cotia não".

Outras quadras
"Fui no mato cortar lenha, capim cortou meu pé, amarrei com fita verde, cabelinho de José"
"No alto daquele morro, tem um pé de pimenteira, já me dói o céu da boca, de beijar moça solteira".
"No alto daquele morro, tem um velho pra morrer, os corvos estão dizendo, vai ter carne pra comer".
"Bateu meio dia, panela no fogo, barriga fazia, macaco pelado, saiu da Bahia, fazendo careta pra dona Maria".

Também, entre os brinquedos infantis vale a pena lembrar jogos de palavras, trotes, ditos, frases com sentido ambíguo etc.
"Que há de novo?
Muita galinha e pouco ovo".
"O que é isso?
Chouriço, carne de porco sem bicho".

Para dar trotes
"Abre a boca e fecha os olhos".

Frases
"Pinga a pipa, pia o pinto; o pinto pia, a pipa pinga".
"Quando digo Diogo, não digo Diogo, digo digo e quando digo digo, não digo digo, digo Diogo".
"Sol e chuva, casamento de viúva".

Amanhã é domingo
"Amanhã é domingo, pé de cachimbo, o cachimbo é de ouro, bate no touro, o touro é valente, bate na gente, a gente, a gente é 'fraco', cai no buraco, o buraco é fundo, acabou-se o mundo".

Prof. Nelsinho

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